sexta-feira, agosto 17, 2007

Superpoderes

E se eu tivesse um superpoder? Na verdade, eu tenho um. Ok, dois. Eu consigo acordar na hora que preciso, mesmo sem despertador. Se for um compromisso realmente importante, que eu não quero perder de jeito nenhum, eu consigo acordar. E o segundo é que eu tenho um sexto sentido em relação às pessoas. Só de trocar uma ou duas palavras, ou, às vezes, só de olhar, eu consigo saber qual é a daquela pessoa. Se ela vai ser legal para mim, se ela está me enganando de algum jeito...

Um deles eu acho que é hereditário. Porque talvez tenha sido herdado pela minha sobrinha mais nova, a Caroca. Existe um encontro de família que ela, que acabou de fazer três anos, não consegue participar. Porque tem uma pessoa que ela não consegue nem olhar. Ela se agarra nos outros e tapa os olhos com as mãos, não quer nem saber. E eu acho que é porque ela tem esse mesmo tipo de sensação que eu tenho. A tal pessoa, que está sempre presente nesse encontro de família específico, não vai ser boa para ela.

Nos últimos tempos, por causa da vida corrida, eu vinha desejando adquirir mais um superpoder: o do teletransporte. Ia facilitar um bocado a minha rotina. Ando pesquisando como se faz para conseguir. Ainda não descobri.

Mas descobri que, assim como qualquer super-herói, eu também tenho minhas superfraquezas. A mais importante delas: quando estou contando algum fato muito importante para mim, algo que realmente marcou a minha vida, eu tremo. Não no sentido figurado. Eu tremo de verdade, como se estivesse com frio.

Não foram muitas as vezes em que passei por isso. Mas elas me marcaram de uma maneira tão intensa que agora, só de contar isso aqui, estou começando a sentir esse mesmo tipo de frio. Acho que vou colocar um casaco. Para não dar chance aos que não têm o superpoder do sexto sentido em relação às outras pessoas de sacarem qual é a minha ou o que é realmente importante para mim. Porque eu dou muita bandeira.