terça-feira, setembro 07, 2010

E se...

Por muito tempo eu quis escrever sobre um troço chamado "e se". É uma brincadeira que eu vivo fazendo comigo mesma. Funciona assim: você começa a se fazer um monte de perguntas, todas começando com "e se". Você pode completar os seus "e se" com possibilidades bobas, claro. Mas no meu caso nunca é assim. Está mais para: "E se eu largasse este emprego no mês que vem?"; "E se eu vendesse o apartamento, o carro e fosse embora?"; "E se eu decidisse que agora quero ter um filho?". A graça é imaginar que há uma infinidade de possibilidades na vida. A não-graça é que, muitas vezes, você não tem o menor controle sobre o que pode acontecer se resolver dar cabo ao seu "e se" do momento.

Antes de tomar uma das últimas atitudes drásticas da minha vida, tinha ouvido uma frase mais ou menos assim: "É preciso ter coragem para ser feliz". Foi em um programa de televisão. Comecei a chorar e achei que alguém estava me mandando uma mensagem. Aquilo se encaixava perfeitamente na minha brincadeira do "e se". Porque existem pessoas que ficam eternamente brincando. Ficam só na imaginação do que poderia acontecer, mas não têm a coragem de arriscar.

Eu falei no primeiro parágrafo que a não-graça do "e se" é a falta de controle sobre o que pode acontecer. Pois é, a vida tem disso. Quando a gente resolve dizer sim a uma dessas perguntas importantes, tem que aceitar que está quase como se jogando de um precipício. E pode ser mais doloroso do que se imagina. No meu caso foi.

Mas o mundo está cheio de mensagens como essa da coragem para ser feliz. Há poucos dias, lendo a coluna de uma amiga, eu achei outra. Ela falava sobre o risco que é se dizer para alguém "eu te amo". Aí, um dos leitores comentou: "Acho que vale a pena correr o risco. Não dar certo é apenas uma das possibilidades. A outra… A outra é ser feliz!". Acho que vou retomar a minha coragem e ir logo ali me atirar do precipício de novo.