terça-feira, janeiro 11, 2011

O primeiro beijo perfeito

Encontrei a minha cena de beijo preferida de todos os tempos. Tá que eu já falei de "Felicity" (a série daquela menina cabeluda) aqui uma vez e não foi há muitos posts. Mas eu peguei o último episódio de todas as temporadas passando hoje na TV por acaso. E lembrei que vem desse programa a minha ideia de primeiro beijo perfeito.

A conversa entre eles é a seguinte: o cara está tentando convencer a menina de viajarem juntos, sendo que ele acabou de terminar o namoro com uma grande amiga dela e ela está pensando em viajar com o próprio namorado. Eles discutem ainda sobre um beijo que quase rolou alguns dias antes e como isso pode vir a ser um problema se decidirem cruzar o país juntos, nas férias que vão começar. Ele diz: "Isso só se tornou uma questão porque, naquele momento, a gente não se beijou. Virou uma grande pergunta não respondida". Ela diz que ele tem razão. Passam-se três segundos e, do nada, sem nem deixar um intervalinho de tempo para ela pensar, ele vai lá e (barulho de estalo de dedo) beija.

É ele, o fator surpresa. É isso que faz desse beijo o meu preferido. Não existe nada melhor e mais meu amigo do que o fator surpresa. Porque são poucas as pessoas e as coisas que têm a capacidade de realmente me surpreender. E ser surpreendida é das coisas que eu gosto mais no mundo. Crianças, para mim, têm esse poder: dizem e fazem coisas inesperadas, em horas mais inesperadas ainda. Pensando agora, não deve ter sido à toa que escolhi trabalhar com elas, de alguma forma.

Mas, à medida que a gente vai crescendo, acho que vai também perdendo essa capacidade de surpreender os outros. Talvez a gente vá perdendo a autenticidade, não sei bem. E talvez isso explique por que, em algumas fases da minha vida, venho dando tantas chances aos meus impulsos. Pode ser uma tentativa de sair surpreendendo por aí. Mas impulsividade é assunto para outro texto.

No final das contas, eu me dou conta mesmo é de que não tenho tantas lembranças de beijos inesperados na minha longa (ou, dependendo do ponto de vista, pequena) existência. Os meninos adultos não são tão surpreendentes assim. E aí, como será que se resolve isso? Carnaval em Salvador? Ah, não, já passei por essa experiência, tinha esquecido. Resolve não. Na falta de uma resposta, acho que vou publicar este texto no blog e esperar para ver o que acontece depois. Vai que algo realmente acontece? Surpresas são imprevisíveis mesmo. Essa é a beleza da coisa.


Aí a cena. O beijo mesmo só acontece por volta de 1:57. Por que essa nova mania de vídeos? Ainda não descobri.



I wanted to do that for a long time. Melhor frase do mundo para se dizer depois. Até nisso o cara é bom.

4 comentários:

Anônimo disse...

Surpresa neste contexto nao se resume ao simples inesperado. Acredito que seja a combinacao do inesperado com o desejado, mesmo que este seja desconhecido. Nao assisti Felicity e pelo pouco que vi( nesta postagem), acho que este beijo por mais que tenha sido inesperado, foi desejado por muito tempo, o que o tornou realmente especial.Posso afirmar que me sinto supreso ao ler este artigo e ver que existe uma pessoa que eu desconheco e que "me compreende". Que nao me taxaria de sonhador simplesmente por nao querer me conformar com uma vida insipida. Que como eu, esta sempre avida por surpresas boas que a vida tem a oferecer.

Josy disse...

Olha aí a surpresa por conta do post: um comentário com uma boa sacação. Não tinha pensado pelo lado do desejado, só do inesperado. Realmente, isso faz uma baita diferença. Na ficção e, principalmente, no dia a dia. Que bom que eu te compreendo. Que pena que eu não te conheço. bjs

Anônimo disse...

Gostei tanto do seu texto que tenho que confessar que acabei lendo todos os outros (são ótimos e olha que sou super crítico). Aí tenho que admitir, que já te conheco um pouco. Digo isso sem valorizar minha capacidade perceptiva, pois seus textos sao tao cristalinos que evidenciam a sua pessoa. Sem te conhecer já te admiro. Admiro sua capacidade, sua doçura,sua sinceridade e sobretudo sua coragem.
Coragem, pode parecer engraçado, mas este é um adjetivo que não me falta normalmente, salvo numa situação boba que aconteceu comigo recentemente, não me recordo de outra ocasião em que esta me tenha faltado.
Entao, o fato e que no momento ha um desequilíbrio, ja que te conheco um pouco e vc nao me conhece. Mas nao usaria o termo "que pena" porque isso pode ser facilmente resolvido. :-)
Neste ínterim, a única coisa que posso te assegurar é que tudo que vc postar neste blog eu vou ler e quase que seguramente adorar!
Bjs !

Josy disse...

Grata pelos elogios. :) Mas ó que tudo depende do ponto de vista. Eu me acho zero corajosa. Qual foi a situação boba em que te faltou coragem?