quarta-feira, junho 14, 2006

Inveja

Eu tenho ótimas idéias à noite. E li uma ótima explicação na Superinteressante uma vez sobre isso. À noite, supostamente, sofremos uma baixa de uma certa substância no cérebro, que seria responsável pelos nossos julgamentos. Ou seja, a gente acha que está tendo ótimas idéias, mas na manhã seguinte conseguimos perceber que a maioria dos nossos devaneios da noite anterior eram enormes bobagens. Porque o cérebro, depois de horas de sono, se encarrega de repor a tal substância.

Tudo bem, minhas idéias então não são ótimas. Além de perceber isso quando acordo, não consigo ter boas idéias à luz do dia. E passo a ter inveja de quem tem. E mais ainda de quem consegue colocar essas idéias em prática. Tenho odiado pessoas bem sucedidas.

A inveja, aliás, é um sentimento muito estranho. Principalmente se ela aparece nos momentos em que você está pensando nos rumos bem sucedidos da vida de uma pessoa de que gosta muito. Metade do seu rosto sorri. Já a outra metade franze a testa, como se pensasse “que droga, eu queria ser essa pessoa”.

Mas ninguém admite, de fato, sentir inveja. Na entrevista de emprego, na entrevista publicada na revista, em qualquer situação da vida, quando a pergunta é “qual o seu maior defeito?”, a insossa resposta é “sou perfeccionista”. Ou, no máximo, “sou muito exigente comigo mesmo”. Uma única vez me perguntaram isso em uma entrevista de emprego. A vontade era de responder “tenho inveja de vez em quando”. Mas o que saiu foi “eu durmo além da conta, sinto muito sono”, e depois dei uma risadinha, como se estivesse brincando.

Não estava brincando, não. O que eu queria dizer era que invisto muito no meu sono para ver se meu cérebro consegue repor, além da tal substância do julgamento, algum hormônio do bom senso. Para eu não sentir mais inveja de ninguém. Mas o dito cujo não tem tido muito sucesso nesse departamento. Maldito cérebro.

sexta-feira, maio 05, 2006

Miss Simpatia

É ele, o trabalho. Aquele que me faz ficar um tempão sem escrever por aqui. E que por isso mesmo vem a ser o assunto deste post. Vamos lá. Existem duas pessoas que devem voltar para casa, depois de um dia de trabalho, com uma tremenda dor de cabeça. Daniela Cicarelli e aquele menino do Shoptime, o Ciro Bottini.

Já repararam na quantidade de vozes e caras diferentes que eles fazem a cada aparição na televisão? Eu já. E me dei conta de que todas as vezes que tive que fazer isso na vida, terminei o dia com uma dor de cabeça monstro. Daquelas que te impossibilitam até de ficar em um ambiente iluminado.

É engraçado porque essa tentativa de ser simpático a todo custo é muito evidente no trabalho dos apresentadores de televisão, mas seres humanos comuns que trabalham em uma empresa cheia de empregados passam por isso o tempo todo.

O melhor exemplo é a pausa para o café, coisa que tenho feito várias vezes ao dia. Sempre que cruzo com as pessoas do trabalho nesse trajeto computador-café, tenho que inventar uma graça. Vale tudo: uma piscadinha, um sorriso, um aceno, um “olááá”... O grande problema é que, em uma redação de jornal, você acaba cruzando com as mesmas pessoas várias vezes ao dia. Chega uma hora em que, já não sabendo mais como ser simpática com o mesmo indivíduo 20 vezes, faço coisas ridículas como mostrar a língua. Sempre me arrependo depois.

Tudo bem, eu não chego ao extremo de ter dores de cabeça todos os dias. Só às terças-feiras, quando costumo passar mais tempo no jornal (é sério isso, tenho tido dores de cabeça todas as terças e não deve ser por acaso). Mas fica aqui um alerta: uma vez eu li em algum lugar que “fingir ser simpático deforma o rosto”. E eu tenho me achado muito estranha no espelho nos últimos tempos.

sexta-feira, março 31, 2006

Domínio público

Ando muito sem tempo, como já deve ter dado para perceber, e minhas únicas referências para posts têm vindo da faculdade. Mas essa é boa, eu garanto. Pode continuar a ler. E tem muito a ver com algumas coisas que vivi nos últimos dias.

Estava lendo um texto sobre um filme do Resnais chamado “On connait la chanson”, algo como “Conhecemos a canção”. O autor explicava que o filme, uma comédia musical, trata principalmente das relações entre os personagens. Mas de repente, e isso acontece em vários momentos, esses mesmos personagens passam a refletir sobre eles próprios, suas vidas afetivas, suas relações com os outros e por aí vai. Nesses momentos de intimidade, em que estão sozinhos, os personagens não desenvolvem seus pensamentos falando, mas sim cantando – e as músicas só entram no filme nessas horas.

Acontece que todas as canções escolhidas para esses momentos de intimidade são grandes sucessos na França e, por isso mesmo, muito conhecidas do público francês. Um espectador mais sensível, para o autor do texto, entraria em crise. Porque de cara perceberia que o que esses personagens achavam ser sua intimidade mais íntima era, no fundo, de domínio público.

Pensando sobre isso, esse autor diz que nossas emoções, sentimentos e segredos são moldados e modulados pelo outro. E todo mundo sabe que não poderia ser diferente, nós só vivemos em bando. O que me incomoda mesmo é essa mania que a gente tem de se comportar da maneira que os outros esperam que a gente se comporte. Tento fugir disso às vezes, mas “o que as pessoas vão pensar de mim” está no topo das paradas de sucesso da minha consciência.

É estranho porque eu imaginava que as pessoas que já estivessem mais próximas do fim da vida, ou que pelo menos já contassem mais anos de vida do que eu, tivessem uma visão crítica desse assunto. Mas cada vez mais elas me provam o contrário. Eu queria mesmo é que um velhinho chegasse perto e dissesse que isso tudo é uma grande besteira. Que no fim da vida a gente percebe que o que valia mesmo era não ter se preocupado tanto com o pensamento alheio e ter feito mais o que desse na telha. Mas esse velhinho ainda não deu as caras.

sábado, março 18, 2006

Curriculum Mortis

Descobri outra coisa muito difícil para mim: autopromoção. Sabe entrevista de emprego, daquelas que te perguntam por que você deveria ser contratado por aquela empresa? É quando eu tenho mais vontade de sair correndo. Tenho um professor no mestrado que sempre dá uma sacaneada nos Curriculua Vitae - descobri que esse é o plural de Curriculum Vitae. Peço licença para transcrever um trecho de uma fala dele sobre isso:

"Somos todos forçados a mentir, ou, na melhor das hipóteses, a sonegar algumas informações, incorrendo na unilateralidade. Assim, o Curriculum Vitae deve ser capaz de induzir aqueles que o lêem a uma superestimação das nossas qualidades. Eu leio o meu e fico horrorizado comigo mesmo".

A proposta do homem é boa. Diz ele que ao lado de todo Curriculum Vitae deveria constar um Curriculum Mortis. Seria algo como: Curriculum Vitae - "consegui meu primeiro emprego aos 18 anos, após passar por seleção pública em que obtive a nota desejável para desempenhar um cargo de extrema importância". Curriculum Mortis - "apenas três pessoas participaram da seleção e as atribuições deste cargo se resumiam a catalogar arquivos".

Isso tudo para dizer que eu não teria a menor dificuldade para preparar meu Curriculum Mortis. Aliás, eu até me animei quando ele trouxe o assunto durante um café. Mas pensando bem, o meu Curriculum Vitae, se analisado profundamente, traz à tona uma das minhas piores características: tenho pouca capacidade de ficar por muito tempo em um mesmo lugar porque tudo acaba me cansando.

O meu currículo sempre chama a atenção das pessoas por ser extenso demais, por eu ter trabalhado em tantos lugares com tão pouca idade. Elas acham que isso é resultado de muita competência. Eu, no fundo, acho que é conseqüência de muita inconstância e dúvidas. É, talvez eu nem precise de um Curriculum Mortis.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O assunto da semana

Sabe quando você escuta falar de um assunto pela primeira vez e ele te persegue por dias? Por exemplo: um escritor. Você lê sobre ele em algum lugar e dois dias depois alguém puxa um assunto sobre o sujeito com você. Do nada. E de repente você vê o cara na televisão dando uma entrevista. Do nada. É o universo conspirando para que aquele seja o assunto da semana para você.

Pois bem, o meu assunto da semana não é novo, mas eu me peguei pensando nele e nesses últimos dias, em duas situações diferentes, alguém bateu na mesma tecla perto de mim. Do nada.

Então, descobri que sou uma pessoa nada preparada para aceitar críticas. “Aquele seu texto estava muito, muito ruim...”. “Esse seu artigo ainda não está legal para entrar no livro”. Putz, mas aquele meu texto foi o que mais teve comentários no blog. E eu passei dois dias inteiros no tal artigo, que, diga-se de passagem, ficou muito melhor que o do fulano...

É isso. Eu não consigo ouvir uma crítica sem rebater de pronto. Pelo menos mentalmente, quando não consigo devolver uma resposta verbal na cara da pessoa. Isso quase sempre acontece: formulo respostas que são ouvidas só por mim. E nessas horas elas vêm acompanhadas de uma sensação de derrota indescritível.

Acho que nada disso seria uma grande questão se as críticas positivas também não fossem um problema. “O seu trabalho estava ótimo. Você conseguiu como ninguém reunir as principais idéias dos autores”. Meu trabalho? Você só está dizendo isso porque os relatórios feitos pelos outros devem ter sido muito ruins... Não sei o que fazer até o mundo entender as minhas oscilações de segurança/insegurança.

domingo, fevereiro 05, 2006

Sacrifícios

Levanta a mão aí quem nunca teve que se submeter a uma série de sacrifícios para o relacionamento fluir. Sacrifício é uma palavra forte, eu sei, mas não encontrei outra. Talvez concessão. Eu penso muito nisso, principalmente quando sou eu que tenho que fazer concessões. Sempre chego à conclusão de que se você não está se sacrificando, a outra pessoa do relacionamento está.

Um exemplo bobo, mas real. O Cabaret Kalesa, da Praça Mauá, tem um telão com uma quantidade infinita de musicais. Eu sou viciada em televisão, filmes e por aí vai. Mais do que isso: sou fanática por musicais, com muita gente dançando e cantando ao mesmo tempo. O meu par não é nem um pouco. E quando me flagrou assistindo aos musicais, em vez de realmente dançando na pista com ele, jogou na minha cara: “você é mesmo uma viciada. Não consegue desgrudar da tela”.

Como assim? Eu só queria ver o Fred Astaire e a Judy Garland. Isso não é crime! Mas agora eu teria que passar a noite ignorando o telão. Se não o fizesse, o sacrificado seria ele, que teria que agüentar uma namorada fingindo dançar e fazendo comentários sobre “A star is born”.

O curioso é que o ser humano, depois de se submeter a determinado sacrifício em um relacionamento, tem sede de vingança. Ou melhor, quer que o amado se sacrifique também para ver como é bom. A minha resposta ao comentário que me impediu de prestar atenção ao telão foi acender um cigarro. E ele odeia com todas as forças que eu fume... Não tem jeito. Nenhum de nós está mesmo preparado para sair do jardim-de-infância.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Macaca de auditório

A sensação é muito esquisita, mas me persegue há anos. É tão presente que eu consegui achar um nome perfeito. Chama-se sensação “macaca de auditório”. Às vezes encontro pessoas que entendem de primeira o que eu quero dizer. São aquelas que sofrem desse mesmo mal.

Funciona assim: suas amigas acabaram de se desentender na mesa do bar e ficou um climão? Você precisa enfrentar pai-e-mãe-que-mal-se-cumprimentam em um mesmo recinto? Seu namorado está de mau humor? Vamos lá, pegue o seu pom-pom e dê uma de cheerleader. Sua obrigação é animar todo mundo e acabar com caras enfezadas. A verdade é que ninguém mandou você animar ninguém, mas você se sente na obrigação mesmo assim.

Acreditem, é exaustivo. Tem horas que me pergunto por que não consigo ser a pessoa que fecha a cara e espera ser animada por terceiros. Ou a pessoa que vê uma cara amarrada e deixa por isso mesmo. Eu juro que ando treinando, mas geralmente não passo dos 5 minutos. É o tempo que consigo me segurar até inventar um novo assunto, fazer graça com o que acabou de acontecer (mesmo que não tenha graça nenhuma), ou contar qualquer história patética da minha vida. Tudo para tentar reverter a situação.

É tão ridículo que eu acabo de me dar conta que desenvolvi técnicas para acabar com climas ruins. Mas deixo claro que tenho plena consciência dos momentos em que visto o personagem “macaca de auditório”. E eles contam pontos. Só não sei o que vou fazer quando alguém bater um recorde e o meu pote transbordar. Provavelmente, vou vestir o personagem “menina boazinha” e tentar esquecer. Meu caso de múltiplas personalidades é mesmo muito sério.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Sobre os judeus

Há muito tempo, eu vi um episódio do Seinfeld em que um cara, depois de ter se convertido ao judaísmo, se sentia muito à vontade para contar piadas de judeu. Se ele já fazia parte do povo, tinha todo o direito. Assim, eu agora também me dou o direito de falar sobre os judeus. Até porque eu já nasci uma. Então, vamos lá. Vou falar das manias judaicas mais curiosas.

Isso já aconteceu uma centena de vezes: estou passeando com o meu namorado e encontro um judeu conhecido. Depois de um tempo, ele me pergunta de onde conheço a tal pessoa. A resposta quase sempre é “ah, sei lá, como eu vou te explicar? Ele é judeu...”.

Sempre que aparece algum judeu famoso, nós, judeus, nos cutucamos e comentamos com quem está do lado: “esse cara é judeu!”. Não à toa, há uma pá de livros espalhados pelo mundo com títulos como “Os 100 judeus mais famosos da História”. Tem um na estante da casa da minha irmã.

Só os judeus vão ao delírio em certas cenas de filmes do Woody Allen. Eu, por exemplo, adoro o bar-mitzva temático de “Desconstruindo Harry”. Venho descobrindo, quanto mais amigos que não são judeus aparecem na minha vida, que tem muita gente por aí que não curte tanto Woody Allen. E eu nem sabia disso.

Quando alguém da comunidade aparece com namorado ou namorada novos - e essa fofoca está rolando em um grupo de judeus - sempre tem um indivíduo que pergunta: “é judeu?”. Aliás, só nós, judeus, usamos essa palavra “comunidade”.

Fazemos questão de saber nome e sobrenome quando alguém que não é judeu diz: “conheci um judeu outro dia”, ou “eu já tive uma namorada judia!”. Porque nossos sobrenomes impronunciáveis são muito mais importantes que os nossos primeiros nomes.

Adoramos falar em hebraico entre nós para que os outros não entendam. Nossos avós fazem isso em ídish. Minha avó se aproveita dessa artimanha direto.

Filmes com temática judaica em cartaz são sucesso garantido na comunidade. Não importa se são péssimos. Todo mundo vai assistir.

Eu poderia ficar o dia todo aqui lembrando dessas peculiaridades. Mas depois de tudo isso, eu só consigo pensar em uma coisa. Aliás, estou me coçando de vontade de falar desde que comecei esse texto. Sabe o Seinfeld, que eu falei lá em cima? Pois é, ele é judeu!

domingo, janeiro 08, 2006

Vergonhas

Eu tenho umas vergonhas muito engraçadas. Por exemplo, eu tenho vergonha de entrar em uma farmácia só para me pesar e não comprar nada. Outro dia, passando por uma no Leblon, lembrei que precisava de um desodorante novo. Ótimo, era a desculpa perfeita. O plano era pegar o desodorante, pagar e, no fim de tudo, dar uma passadinha pela dita cuja. Mas enquanto esperava o moço passar o cartão, dei um espirrão inesquecível. O cara, talvez mais sem graça do que eu, pegou um lenço de papel e soltou: “toma, a senhora está precisando...”. Não preciso contar que nem me pesei depois disso. Assinei o papel do cartão e saí correndo.

Da série “minhas vergonhas”, ainda existem outras um pouco esquisitas. Por exemplo, eu morro de vergonha de aceitar dinheiro dos meus pais. Eu classifico essa vergonha como esquisita porque muita gente me diz que essa preocupação é uma grande bobagem. Mas uma bobagem pela qual eu, agora mestranda e dependente de uma bolsa miserável, tenho passado com certa freqüência. O pior é que quase nunca preciso pedir. Eles estão sempre oferecendo, cientes da minha nova condição de adulta que não tem mais como se sustentar. É terrível.

Acho que esse é o meu ponto mais fraco no momento. O dinheiro. E às vezes eu me martirizo por essa última escolha da minha vida. O mestrado. Só duas coisas costumam atenuar a sensação ruim. A primeira é quando vejo amigos dando plantão no jornal em fins de semana de sol. A segunda é quando descubro outras pessoas da minha idade que ainda precisam da ajuda financeira dos pais. No fim das contas, percebo que não sou um ser superior, como gostaria de ser, e posso me sentir mais leve com a desgraça alheia. Disso eu também tenho vergonha.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Sobre o casamento

Lembro que uma vez, eu devia ter uns 23 anos e tinha acabado de terminar um namoro, minha mãe me disse que eu ainda tinha uns dois bons anos pela frente para achar alguém e aí sim me casar. Ela fez isso na melhor das intenções, acreditem, mas o problema é que agora me dou conta que estou na porta dos 27 e não me casei com ninguém. Pelas contas dela, a essa altura eu já teria entrado em algum templo vestida de branco, ladeada pelos meus sobrinhos e sobrinhas como pajens e damas de honra da cerimônia.

Pois é, eu estou fugindo dos planos da minha mãe. E não tenho coragem de contar isso para ela, apesar de ter uma leve desconfiança de que ela já se deu conta disso há muito tempo. Continuo com o meu velho discurso de “a gente só tem que tentar ser feliz, da maneira que for”, mas admito que nem eu, em certos momentos, acredito muito nessa frase. Será que o que eu chamo de felicidade vai me fazer feliz no fim de tudo? Ou a felicidade seria já ter me casado?

Se estou infeliz solteira, com várias amigas já casadas e muitas outras com filhos? Não, mas acho isso tudo muito chato. Até porque ninguém está ficando mais novo por aqui e faltam só dois meses para o meu próximo aniversário. Aí fico me perguntando se os planos da minha mãe não seriam os meus próprios planos, que eu, sem perceber, coloquei em um embrulho com a etiqueta “o que a mamãe queria para mim”. Mas continuo com a sensação de que ainda prefiro me arriscar por aquilo que eu chamo - ou acredito ser - felicidade no momento. E esse assunto só volta a ser discutido quando eu chegar aos 30.