segunda-feira, março 07, 2011

E se eu não ligasse?

Comecei a ouvir a música porque achei uma graça. E porque o nome dela é "What if". E eu adoro qualquer pergunta que comece por aí. Então, como quem não queria nada, comecei a prestar atenção na letra. Lá pelo finalzinho, vem a pergunta que me fez começar a escrever este texto: "What if I didn't care, would you fall in despair?". Não há criatura no mundo que nunca tenha pensado nisso. Ou que também já não tenha passado por isso.

Você gosta da outra pessoa e ela mal te dá bola. Ou faz coisas que não deveria fazer, ou não te faz feliz como deveria - complete aí como quiser. Você começa a olhar para os lados, percebe que talvez pudesse ser feliz de outra forma, tenta dar outro rumo para a vida e simplesmente passa a não ligar (e esse "ligar" não vem do verbo telefonar). Pronto, é o suficiente para essa outra pessoa te querer como nunca. E aí surge aquele pensamento recorrente (leia com aquela voz de sabedoria, como se fosse um ser superior): a gente só quer aquilo que não pode (ou acha que não pode) ter.

Por muito tempo eu fui assim, só queria aquilo que não podia ter. Já deu para perceber como bati cabeça por aí. E eu nunca consegui entender a origem disso, dessa coisa tenebrosa de correr atrás daquilo que não te quer. O curioso é que o tempo vai fazendo a gente mudar - e eu nunca acreditava na minha mãe quando ela dizia isso. Hoje, só de perceber que alguém não está correspondendo à altura (e digo isso não só em relação a envolvimentos amorosos), eu sou a primeira a pedir para o trem parar porque eu quero descer. O problema é que acho que passei para o outro lado com muita vontade. Acho que fiquei tão calejada que qualquer coisa boba passou a ser um sinal de "não me quer".

Eu sempre recorro às palavras de um amigo para não me sentir mal com essa minha incapacidade de compreender o que significam determinadas atitudes de outras pessoas. Uma vez ele disse que eu tinha que confiar nos meus instintos, pois a maior parte dos nossos erros acontece quando não confiamos neles. Costumo pensar nisso quando tenho que tomar decisões importantes. Mas o que eu não deixo de pensar, todos os dias, é que gostaria de me matricular em um bom curso de "treinamento de instintos". Alguém conhece?

Segue a música. É de uma cantora chamada Blubell (amei o nome).



Vale prestar atenção às outras perguntas.

2 comentários:

Anônimo disse...

" Quer saber? Quando é assim, deixa vir do coração!"
Realmente devo admitir que muitas pessoas buscam aquilo que parece ser mais complicado deixando de valorizar o que está disponível. Penso que vários podem ser os motivos que levam a tão néscia atitude, contudo listo os 2 mais relevantes:
--- Fuga, visto que o que busca dificilmente será obtido, logo não há risco, não há fracasso nem expectativas verossímeis.
--- A sensação de conquista , sendo que esta é efêmera, já que depois de conquistado e dominado perde a graça, sendo descartado como o caderno descrito por Chico Buarque.
Nos dois casos, não vejo nada de positivo, salvo o fato de que aprendemos com as situações vividas, porque experiência nada mais é do que acúmulo de erros.
Não,não, não! por mais que possa parecer, esclareço de antemão que não me considero sábio nem nada parecido! Sou somente um anônimo que após haver saltado do trem inúmeras vezes, ainda se pergunta " E se ...?"

Josy disse...

"Experiência nada mais é que do que acúmulo de erros". Vou guardar. Obrigada!